MONUMENTO AOS MORTOS PELA PÁTRIA


Como objeto de memória o conjunto escultórico da autoria do Escultor Pedro Ramos, erigido no quartel do Regimento de Lanceiros 2, na Ajuda, em 30.09.1987, homenageia no contexto castrense, os  Lanceiros e Cavaleiros que chamados a defender os então territórios ultramarinos portugueses, na denominada “Guerra do Ultramar”, entre 1961 e 1974, nela perderam a vida.

Irmanados espiritualmente, os perpetuados tiveram em comum servir na Arma de Cavalaria, sendo o espaço monumental complementado com o memorial do Regimento de Cavalaria 7, após o RL2 passar a ser o herdeiro das tradições desta unidade, desde a sua extinção em 1975.






O SIMBOLISMO DO MEMORIAL

A escultura “Representa o tronco decepado de um corpo humano ao qual está ligada uma asa.

O seu granito claro simboliza a pureza dos sentimentos, a nobreza do carácter e as qualidades morais de todos, que ali perpetuados serviram a Pátria, até ao sacrifício último.

O tronco do Corpo Humano mutilado simboliza a aglutinação dos corpos daqueles que morrendo pelo serviço da Pátria não viveram a totalidade da sua vida por esta ter sido abruptamente "amputada".

A massa enorme da escultura que se interpenetra no granito negro representa o desejo, pela força da matéria, de manter todos aqueles, ali presentes, ligados aos seus feitos na terra enquanto vivos.

A asa lateral visualiza a elevação do espírito, contrariando a resistência oferecida pelo corpo central que teima em o manter ligado à terra.”

Na base do Monumento as “placas de granito negro e polido que convergem no centro para onde "transportam" a indicação expressa dos cavaleiros do RL2 e RC7 que tombaram ao serviço da Pátria, perpetuando, na dureza da pedra, a sua memória.”

Nota: Texto retirado dos Cadernos Militares do Lanceiro.


IN MEMORIAM DOS CAVALEIROS DO RC7


1967  Pel  Rec AML 1106 

António D. Simão - Sold

 António G. Francisco - Sold

José M. Simões - Sold

1969  ERec 2454

Bento L. Esperança - Sold

Inácio J. R. Jesus - 1.º Cabo

1973  ERec 3432

Adulai Embaló - Sold

1973  ERec 8740

João C. V. Martinho - Fur

1974  ERec 8740

Diamantino G. Ferreira - Fur 



UM NOVO ESPAÇO A MESMA DIGNIDADE

Com a transferência do RL2 da Ajuda para a Amadora em 2015, e por iniciativa do comando do regimento, na pessoa do seu então comandante (atual Brigadeiro-General Paulo Neves Abreu), todo o conjunto monumental foi retirado e remontado no novo espaço, junto à unidade, sendo reinaugurado a 19 de Fevereiro de 2016.






MURAL DA MEMÓRIA

A construção do Mural da Memória resulta do convite feito à Associação de Lanceiros por parte do comando do RL2 para encontrar uma solução para as  cerca de 130 placas comemorativas que se encontravam afixadas no antigo edifício da Ajuda, dado no espaço escolhido para a implantação do monumento não existirem paredes.

O resultado pode ser apreciado no mural criado que revela especial cuidado na recuperação e posterior remontagem das placas, algumas em azulejo.
 
O mural de duas faces, encimada cada uma pelos Brasões de Armas -do RL2 e do RC7-, com afixação das placas comemorativas alusivas a unidades dos respetivos regimentos, veio honrar ainda mais todo o conjunto.

De salientar que a construção do mural, bem como, a recuperação e recolocação das placas foi realizado a expensas da Associação de Lanceiros e dos seus associados.


 







MURAL E MEMORIAL DO REGIMENTO DE CAVALARIA 7















Divulgar este espaço monumental e dar a conhecer a sua nova localização é também em si um ato de memória. Do mesmo modo que exprimimos ainda o nosso apreço pelo inexcedível trabalho realizado na remontagem deste conjunto escultórico, assim como pelo da Associação de Lanceiros. 







Sala dedicada a RC7 existente num edifício contíguo à sede da Associação de Lanceiros. 


A elaboração deste artigo contou com a disponibilidade e espirito de camaradagem da Associação de Lanceiros, a quem agradecemos, na pessoa do seu Presidente Artur Duarte Lopes Ferreira.

Saudações Cavaleiras






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