ULTRAJES NA GUERRA COLONIAL
Este livro é de leitura obrigatória para quem viveu o conflito africano na primeira pessoa, em especial aqueles que passaram pela Guiné, por Bula e pelo "Esquadrão".
Na dedicatória do exemplar que possuo o autor escreveu a certo passo, "E oxalá te deleites com a leitura dos meus (re) escritos." E trata-se na realidade de (re) escritos, pois este não resiste a cada vez que revê o seu texto, a tirar ou a acrescentar-lhe alguma parte. A próxima edição, que está para breve, segue o mesmo critério.
Muitos autores têm esta tendência ou escrevem diferentes versões da mesma obra, antes de apresentar a que consideram mais ou menos definitiva. Uma prerrogativa sua, mas que nem sempre corresponde a uma melhor produção literária.
Na realidade tive a oportunidade de fazer uma leitura deste texto em 2008, antes de ser publicado, em que a narrativa era muito mais construída, fluída, complementando e estruturando a parte do diário e, sobretudo, mais de acordo com o que considero serem as capacidades literárias do autor.
Apesar disso, este é um texto sólido, que possui uma particularidade que o distingue e valoriza, a de a escrita refletir a personalidade do seu autor e da sua forma de viver a vida, o que lhe dá um cunho único, expresso no mundo de amizades que foi tecendo.
"Ultrajes na Guerra Colonial" tem por base o diário que ao longo da comissão na Guiné (1971/1973), integrando o ERec 3432-1.ª Fase, o autor foi alimentando com as histórias do dia-a-dia e de personagens que com ele conviveram em Bula e em outras paragens.
Paralelamente existe uma narrativa que remete para as memórias de casa, dos tempos e das pessoas que ficaram para trás, mas que estão sempre presentes. E, ainda, como contraponto ao conflito e à sua irracionalidade, são descritos momentos de afeto e paixão vividos com jovens mulheres naturais desse lugar de exílio.
A forma de escrita é fluente e desafia o leitor a conhecer os "ultrajes" sofridos, complementados por apreciações pessoais marcantes ou a narrativa de histórias contundentes.
Numa breve síntese. O autor, para além de pequenos intróitos, começa por apresentar a "promessa" que o levou a escrever o livro, iniciando este roteiro de vivências pela sua "partida" para assentar praça na Escola de Sargentos das Caldas da Rainha, donde transitou para a Escola Prática de Cavalaria em Santarém, para fazer a especialidade; seguindo-se o Regimento de Cavalaria 6 no Porto e, já mobilizado, o Regimento de Cavalaria 7 em Lisboa.
Os dias de viagem no Uíge e as suas vicissitudes, a passagem por Cabo Verde, vão culminar na chegada à Guiné e a Bissau em setembro de 1971. Daí para Bula é um instante que termina com o confronto com a dura realidade futura.
O primeiro destacamento em Nhamate é visto como um lugar de banimento, onde existia o nada, que o regresso a Bula atenua, apesar do "alinhar" constante em escoltas a João Landim, São Vicente, Binar, Có, Teixeira Pinto e outros lugares. Até ao próximo partir, já em 1972, para Mansoa e Jugudul, a que se segue um novo lugar, Bissorã.
Após o regresso a Bula e o ano de 1973, caminha lentamente para o fim da comissão, regressando a Lisboa em outubro do mesmo ano.
ULTRAJES NA GUERRA COLONIAL
ULTRAJES NA GUERRA COLONIAL
Leonel Olhero
Edição do autor
282 Páginas
2009
15,00 Euros
Outras obras do autor:
MAGNÍFICO
(Livro de sonetos)
Edição do autor
68 Páginas
2011
10,00 Euros
PODES MEU FILHO
(Livro de auto-ajuda)
Edição do autor
99 Páginas
2013
10,00 Euros
Contactos:
Edição do autor
282 Páginas
2009
15,00 Euros
Outras obras do autor:
MAGNÍFICO
(Livro de sonetos)
Edição do autor
68 Páginas
2011
10,00 Euros
PODES MEU FILHO
(Livro de auto-ajuda)
Edição do autor
99 Páginas
2013
10,00 Euros
Contactos:
leonelolhero@gmail.com
T 229 742 093
Tm 965 269 288
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Tm 965 269 288
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