JOÃO LANDIM


O rio Mansoa era uma barreira natural do que, de modo simplicista, poderíamos denominar de transição de uma zona de quase nula atividade do PAIGC (Bissau, Safim, Nhacra...), para uma de guerra intensiva.

Inicialmente a travessia era feita através de uma jangada construída em madeira ligada às duas margens por um cabo e movida por roldanas. Esta foi depois substituída por uma metálica motorizada. 

A jangada começou a ser operada por pessoal da marinha, passando a seguir para o exército, instalado no destacamento que se situava na margem esquerda do rio.












As instalações para o pessoal de início na tinham condições de habitabilidade nem de segurança, pelo que foram mais tarde substituídas por um fortim construído pela CCav 2765 (Pica na Burra).






Do lado norte, as Panhard do "Esquadrão de Bula", faziam  a proteção até ao rio, das viaturas que se deslocavam para sul, nomeadamente para Bissau, e no regresso das que daí procediam. Mas para além destas escoltas diárias, eram realizadas inúmeras outras neste percurso (Companhia de Transportes, ambulância...).





Formação da coluna junto ao Esquadrão

A aguardar a cambança



Este ponto do rio Mansoa tinha importância estratégica, pelo que junto a João Landim e integrando o dispositivo naval, costumava fundear de tempos a tempos uma lancha de desembarque média (LDM).



Syntex

Em alternativa à jangada quando esta avariava, embora condicionada, a travessia era feita num "syntex", um pequeno barco em fibra de vidro com motor fora de borda ou num zebro da marinha.

Findo os anos de guerra a importância de João Landim na ligação às regiões do Cacheu e do Oio, bem como para norte ao Senegal, continuou a ser preponderante.

Pelo que, em resultado dessa importância para o desenvolvimento da Guiné Bissau, em 2004, foi inaugurada a ponte Amílcar Cabral, construída com fundos da União Europeia, ligando as duas margens do rio Mansoa e João Landim.








1 comentário:

  1. José Ramos, este texto está muito bom, principalmente para os camaradas que passaram pela Guiné. Não é o meu caso, mas estou permanentemente em contato com camaradas da Guiné das outras provincias. Além de presidente do Núcleo da Liga Combatentes - Covilhã, sou o diretor do Jornal "O Combatente da Estrela" onde fazemos algumas boas publicações. Este texto é de facto muito bom. Quer contactar-me 926073335 ou mandar contato? João Azevedo

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