EREC 3432-2.ª FASE - 18 MESES DE COMISSÃO


Perfazer 18 meses de comissão na Guiné era obter um estatuto de idoneidade que marcava quem atingia esse tempo relativamente a todos os militares mais novos. Eramos a velhice!

Infelizmente essa maioridade nem sempre correspondia, para alguns, a uma atitude mais previdente, escudados numa pseudo-experiência que esquecia muitos dos cuidados que tinham sido a razão de chegar tão longe.

Estávamos num cenário de guerra, onde a imprevisibilidade era contínua. Não tínhamos a iniciativa. Reagíamos. E quando nos deslocávamos, fosse em que contexto fosse, havia que ser-se cuidadoso e antecipar o impossível.

Cumpridos os dezoito meses de comissão, em novembro de 1973. Tratou-se de organizar uma comemoração à altura. Momento partilhado com os camaradas do ERec 8740-1.ª Fase.

Fiz parte da "comissão" organizadora e ajudei a elaborar alguns textos. Embora com algumas lacunas, recordo que o local escolhido para o evento foi as traseiras da cantina de praças. Para a decoração foram cortados ramos de palmeira para circundar o espaço, tendo como "palco" a mesa de "ping-pong" coberta com um lençol onde estava pintado um mapa da Guiné, o número do "Esquadrão" e o seu crachá e usadas as mesas das tabancas da parada, em cima das quais se colocou uma garrafa vazia com uma vela no gargalo. Estando previstos,como petiscos, uns chouriços assados, pão e "muitas" bebidas. Pois o tema principal era tradicional. Uma noite de fados!

Mas tão distante no tempo, a memória vai esquecendo. Segundo as fotos publicadas pelo nosso camarada e amigo Daniel Salgueira na sua página do Facebook, a que recentemente tive acesso, e diferentes das que guardo, parecem mostrar que essa comemoração pode ter sido antecedida por um jantar, tão ao nosso gosto na parada.

Estas fotos vieram também reavivar o que teria sido o "programa da festa" que teve início com a leitura de um texto, pelo Ventura e Barbosa, com notícias recolhidas do "Jornal da Caserna"; a que seguiu um outro, lido pelo Macedo, Ventura, Ramos e Alexandre, relativo a cada um dos militares desta fase. E que já não refere o nosso Cap Henrique de Sousa entretanto regressado à metrópole. Seguindo-se os cantos ao fado com as vozes do Ramos e Alfredo Assunção, acompanhados à viola por Balula Cid, Robalo e o Frazão, um camarada da CCav 8320 que também cantou uns fados. Depois o duo instrumental composto pelo Ferreira e o saudoso Baptista e finalmente os "improvisos" do costume.

Aqui fica a memória fotográfica desses momentos únicos da nossa juventude, por ordem sequencial.































 


Fotos: © José Ramos, Daniel Salgueira e Carlos Frazão 





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